Áreas de Atuação

Diabetes

Diabetes Mellitus é uma doença caracterizada pela elevação da glicose no sangue (hiperglicemia). Pode ocorrer devido a defeitos na secreção ou na ação do hormônio insulina, que é produzido no pâncreas, pelas chamadas células beta . A função principal da insulina é promover a entrada de glicose para as células do organismo de forma que ela possa ser aproveitada para as diversas atividades celulares. A falta da insulina ou um defeito na sua ação resulta portanto em acúmulo de glicose no sangue, o que chamamos de hiperglicemia.

Como identificar os sintomas do Diabetes?

Pessoas com diabetes podem apresentar:

urina frequente;
sede constante;
aumento do apetite;
perda de peso;
cansaço e falta de energia;
visão turva ou embaçada;
formigamento ou dormência nas mãos e pés;
cicatrização lenta;
infecções frequentes;
mau hálito;
cetoacidose diabética.

No entanto, na maioria das vezes os pacientes com diabetes não têm sintomas por longo período, sendo o diagnóstico realizado por dosagens laboratoriais de rotina ou manifestações crônicas.

Dessa forma, mesmo sem sintomas é recomendado que todas as pessoas que tenham mais de 45 anos façam exames de rastreamento de diabetes.

Para quem tem menos de 45 anos, o rastreamento do diabetes é indicado se estiver acima do peso e tiver mais um fator de risco, como:

sedentarismo;
história familiar de diabetes;
hipertensão (pressão alta);
diabetes gestacional prévio;
síndrome dos ovários policísticos, entre outros.

Classificação do Diabetes

Sabemos hoje que diversas condições podem levar ao diabetes, porém a grande maioria dos casos está dividida em dois grupos: Diabetes Tipo 1 e Diabetes Tipo 2.

Diabetes Tipo 1 (DM 1) - Essa forma de diabetes é resultado da destruição das células beta pancreáticas por um processo imunológico, ou seja, pela formação de anticorpos pelo próprio organismo contra as células, beta levando a deficiência de insulina. Em geral costuma acometer crianças e adultos jovens, mas pode ser desencadeado em qualquer faixa etária.

O quadro clínico mais característico é de um início relativamente rápido (alguns dias até poucos meses) de sintomas como: sede, diurese e fome excessivas, emagrecimento importante, cansaço e fraqueza. Se o tratamento não for realizado rapidamente, os sintomas podem evoluir para desidratação severa, sonolência, vômitos, dificuldades respiratórias e coma. Esse quadro mais grave é conhecido como Cetoacidose Diabética e necessita de internação para tratamento.

Diabetes Tipo 2 (DM 2) - Nesta forma de diabetes está incluída a grande maioria dos casos (cerca de 90% dos pacientes diabéticos). Nesses pacientes, a insulina é produzida pelas células beta pancreáticas, porém, sua ação está dificultada, caracterizando um quadro de resistência insulínica. Isso vai levar a um aumento da produção de insulina para tentar manter a glicose em níveis normais. Quando isso não é mais possível, surge o diabetes. A instalação do quadro é mais lenta e os sintomas - sede, aumento da diurese, dores nas pernas, alterações visuais e outros - podem demorar vários anos até se apresentarem. Se não reconhecido e tratado a tempo, também pode evoluir para um quadro grave de desidratação e coma .

Ao contrário do Diabetes Tipo 1, há geralmente associação com aumento de peso e obesidade, acometendo principalmente adultos a partir dos 50 anos. Contudo, observa-se, cada vez mais, o desenvolvimento do quadro em adultos jovens e até crianças. Isso se deve, principalmente, pelo aumento do consumo de gorduras e carboidratos aliados à falta de atividade física.

Outros Tipos de Diabetes - Outros tipos de diabetes são bem mais raros e incluem defeitos genéticos da função da célula beta (MODY 1, 2 e 3), defeitos genéticos na ação da insulina, doenças do pâncreas (pancreatite, tumores pancreáticos, hemocromatose), outras doenças endócrinas (Síndrome de Cushing, hipertireoidismo, acromegalia) e uso de certos medicamentos.

Diabetes Gestacional - Atenção especial deve ser dada ao diabetes diagnosticado durante a gestação. A ele é dado o nome de Diabetes Gestacional. Pode ser transitório ou não e, ao término da gravidez, a paciente deve ser investigada e acompanhada.

Por que tratar o diabetes?

A hiperglicemia (elevação do açúcar no sangue) deve ser controlada. Sabe-se que a hiperglicemia crônica através dos anos está associada a lesões da microcirculação, lesando e prejudicando o funcionamento de vários órgãos como os rins, os olhos, os nervos e o coração. Os pacientes que conseguem manter um bom controle da glicemia têm uma importante redução no risco de desenvolver tais complicações como já ficou demonstrado em vários estudos científicos.

Pacientes com diabetes têm maior risco de apresentar acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio e doença vascular periférica. Isso reforça a necessidade de diagnóstico e tratamento precoces para reduzir o risco de tais complicações.

A Automonitorização

A monitorização da glicemia é uma importante ferramenta para o acompanhamento e ajuste do tratamento do diabetes. Ela permite os pacientes corrigirem rapidamente picos de hiperglicemia (glicose elevada) ou episódios de hipoglicemia (glicose baixa). Além disso, amplia a compreensão sobre o efeito de diversos alimentos, do estresse, das emoções e dos exercícios sobre a glicemia, proporcionando autoconhecimento em relação às suas atitudes e comportamentos.

A automonitorização das glicemias capilares (ponta de dedo) é efetuada com a inserção de uma gota de sangue da ponta de dedo em uma fita descartável acoplada a um dispositivo médico, o glicosímetro. Esse é o método de monitorização glicêmica mais utilizado no Brasil.

Atualmente os sensores de glicose têm ganhado espaço devido à praticidade e menos dor (redução das picadas de ponta de dedo). O sensor de glicose é um dispositivo inserido no subcutâneo que mede de modo contínuo os níveis de glicose. Mostra a glicemia intersticial, a evolução passada e a tendência futura

Você sabe se tem maior chance de desenvolver diabetes gestacional?

O diabetes gestacional é o problema metabólico mais comum na gestação e sua incidência tem aumentado ao longo do tempo.

Existem alguns fatores que contribuem para o aumento de risco de desenvolver o diabetes gestacional, entre eles:

1- idade materna avançada (acima de 35 anos);
2- sobrepeso, obesidade ou ganho excessivo de peso na gravidez atual;
3- história familiar de diabetes em parentes de primeiro grau;
4- crescimento fetal excessivo , hipertensão e pré-eclampsia na gravidez atual;
5- história prévia de abortamentos de repetição e malformações;
6- síndrome dos ovários policísticos;
7- altura menor que 1,5m.

Todas as gestantes sem o diagnóstico prévio de diabetes devem realizar a investigação de diabetes gestacional.

Referência: Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

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